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quinta-feira, 25 de março de 2010

O CAMINHO DAS ÁGUAS


Ela sustenta a vida
Por isso me é querida
Ela sobe,
Ela desce
Vai por onde quiser
Estando onde estiver
No íntimo da terra,
Ou pairando no céu
Voa, mesmo sem asas
Em enchentes
Invade casas
Em temporais
Derruba barracos
Esconde buracos.

Escorrendo
Fio abaixo
Parece tão sensível
Na descida diagonal
Buscando
Um ponto final,
Parecendo
Ponta de cristal.
Animal,
Vegetal
Mineral
Para todos
No final
É essencial.

Mais poderoso
Que fogo
Morro acima
É a água
Morro abaixo
Constituiu na terra
Sem guerra
Seu império
Com força, sem forma
Provida de mistério
No ar
Ou no mar
Está sempre
A me encantar

Em pequenas gotas
Chamadas de orvalho
Ou em correntes
Derrubando um carvalho
É, contudo
Espetacular
Mesmo estando parada
Busca eternamente
Um lugar
Como a mim
Ela está sempre
Tentando se encontrar
Por isso que ela
Só corre pro mar

De quem é a culpa
De ela alagar
A Beira-mar
Ou desabrigar
O Lagamar?
Dela que cai
Para alegrar
O sertão do Ceará?
Ou de quem não sabe
Preservar?

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Funcionário público, historiador, chargista, pintor e poeta. Na verdade, aprendiz de um mundo absolutamente versátil.