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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SOBRE OS QUE CEDO PARTEM



Definitivamente,
Temos uma cota para ser feliz
Alguns logo gastam tudo
Tudo o que deviam comer
Tudo o que deviam cheirar
Tudo o que deviam sorrir
Tudo o que deviam beijar
Tudo o que deviam amar
Secando as lágrimas,
Com tudo o que deviam chorar
Afinal, gozaram tudo.
Tudo o que deviam gozar.
Quando sua cota
Chega ao fim,
Com os bons
Sempre é assim.
Muito cedo
Chega a hora de partir
E dormem o sono
Que não deviam dormir.


Ao amigo Júnior Negão (in memorian)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

QUANDO CHEGA O INVERNO


O outono passou
Acho que vou dormir
Encostar aqui minha casa
E somente sentir
O calor do negro asfalto.
Não há chocolate quente,
Cobertor e cama limpa
Bichinhos na TV
As folhas caíram
O inverno se aproxima
Se foi o mês de maio
Sem festinha para mamãe
É por isso que devo dormir
Com meus pesadelos reais.
Sozinho à beira da estrada
Sou apenas o invisível
Mais um pequeno órfão
À margem esquecido.
Não posso acordar
Até o inverno passar
Pois, quem irá me aquecer?
Vou dormi e esquecer
Meu sono será longo
Enquanto durar o inverno.
Acredito que esse
Nunca findará
Vou dormir até o fim
Pois, não posso acordar
Até o inverno passar.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O TEMPO


Acordamos apressados,
Corremos feito louco
Em nome do tempo,
Vivemos estressados.
Não nascemos para voar,
Mas, mesmo assim, voamos
Para tempo querer ganhar.
Desejamos que o tempo passe
Mas não queremos envelhecer.
Reclamamos das curtas horas
Mas não vemos o sol nascer.
Quando em nossa sina,
O avistamos, ele está alto e forte,
Atrás de esfumaçada cortina...
Uma fumaça que cheira à morte.
Ouvi dizer que o tempo é rei.
Mas é um rei sem majestade
Sem súditos, sem reinado
Nesta injusta sociedade.
Ouvi dizer que tempo é dinheiro
Mas se ignoramos o tempo,
Em busca de riqueza o ano inteiro,
O tempo perde o seu valor


E ficamos sem tempo,
Sem dinheiro, sem amor.
Ouvi dizer que o tempo é o melhor remédio
Mas atropelamos o tempo
E quando o temos, adoecemos
E o chamamos de tédio.
O tempo é conveniente
Nossas obrigações é que são demasiadas
Mas ele está sempre presente.
Em nossas corridas desvairadas
Nós é que devemos aprender
Que Tempo também é viver.
Navegamos os sete mares
Cortamos caminhos,
Subimos tantos andares,
Em nome do tempo,
Aprendemos a andar
A correr, a nadar
E até mesmo a voar.
Mas não aproveitamos o tempo
Para aprendermos a amar.

domingo, 28 de agosto de 2011

CRUZADA



Morte viva, vida morta
Vida sem futuro, sem vida
Viva seu futuro em paz
Morra a morte que a guerra traz.
Viva a vida sobrevivida
Abaixo o futuro sem paz.
Vida sofrida, vida ferida
Morte àquele que guerra faz.
Vida sofrida, vida comprida
Viva na morte se for capaz.
Sofrimento vivo, paixão sumida
Ter esperança é ser audaz
Viva aqueles que tem uma saída
Mude o passado que não volta mais.
Da esperança já destruída
É a desgraça que a guerra traz
Ao nosso sossego sempre fugaz.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Alguem se habilita a jogar música neste texto?!! =)

VÍCIO DE TODOS


Cientistas, meninos
Operários, doutores
Mendigos, ingleses
Bichas e pastores

Estão todos querendo
Um espaço no ar
Estão todos querendo
Um espaço no ar
Estão todos querendo
Um fim de festa
Pra sair a dois.

Um pet, a vizinha
Secretária, patrão
A sarada, a gordinha
O delegado, o ladrão.

Estão todos querendo
Um afago ganhar
Estão todos querendo
Encontrar o seu par
Estão todos querendo
Uma rede armada
Na varanda de casa.

Mas nem tudo que aqui
se procura se acha
Muitas vezes, nem ali
Nada disso se encaixa
Procuramos apenas...
Um momento sóbrio.
ANAUÊ

Há alguns momentos atrás
Todos estavam iludidos
Sonhando com amor e paz
Não somos filhos queridos
Mas, saímos de lá feridos
Fugindo de tudo, meu rapaz!

Que porra mais sem graça
Matar aqueles indigentes
Atear fogo em plena praça,
Foram povos inocentes
Aniquilados por uma raça
E torturadas suas mentes.

Quantas nações em guerra
Anelando a nova revolução
Mas o inocente só se ferra.
Com a cabeça e o coração
Desejamos paz para a terra
E viver o amor cada nação

Mas aqui é meu país, um país tropical
Com muito futebol, corrupção e carnaval.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Se eu cantasse forró...

VOCÊ NA MINHA VIDA


É com você que
Eu acordo ao amanhecer
Já tentei de tudo
E não consigo te esquecer
Você está sempre em minha vida
Por isso que te chamo de querida


Foi pra você que
Fiz a letra desta canção
Me saiu do pensamento
E foi parar no coração
Longe de você, tudo é saudade
Pois, eu te amo de verdade


Você é pra mim
Um domingo, é um sonho bom.
Conheço o teu cheiro
E o sabor do teu batom
Já está gravado na memória
Você faz parte da minha história.


Às vezes

Às vezes
Sozinhos
Nos flagramos a nós mesmos,
Perplexos
Com a velocidade que as coisas
Passam por nós.


Às vezes
Insatisfeitos
Com esse tempo fatiado
Pelo indivíduo genial
Que Drummond contempla
Notamos a calvície.


Às vezes
Agoniados
Em nossa pressa diária
Já não temos o tempo
De olhar para o relógio
Destarte, o tempo toma nosso vôo


Às vezes
Saudosos
Na ponte que não cobre águas
Notamo-nos infelizes
Pois a menor fatia tocou a nós
Do tempo que partiu

sábado, 6 de agosto de 2011

HOMEM CONTEMPORÂNEO


Há algo em nossos dias
Que nos deixa rígidos
Que nos torna brutos
Insensíveis, amargos,
Incapazes de amar

No apagar das luzes
Não vemos o norte,
Perdemos os sentidos.
Dos sentimentos, esquecidos
Olvidamos de compartilhar

De olhos vendados
Jamais percebemos
Que a rosa dos ventos
É a incansável guia dos GPS
E perdidos permanecemos

Entre o cigarro aceso
E a abissal agonia
O homem contemporâneo
Morre, decai (na afasia)
E ninguem nota
- sua falta no final do dia.

domingo, 10 de julho de 2011

DÉJÀ VU

Será que a história se repete?
Não sei, mas, fatos, certamente.
Infelizmente
A padaria espiritual
Não volta mais.
Porem, dos tempos remotos
Do Império Romano
Retoma as forças
A política do Pão e Circo.
Pobre plebe...
O trigo já rareia à sua mesa,
Mas, bolsas lhes são ofertadas.
E viva o maior espetáculo da terra!
Onde no picadeiro
O povo é atração principal.
Onde a farsa
Está mais natural do que nunca.
Nossos colossos Coliseus
Permanecerão.
Nossas arenas
Não testemunharão barbárie maior
Que as vistas por nossos olhos.
Mas não queremos ver...
Veremos o show à beira mar.
E não queremos lembrar,
De nosocômios fétidos
Que nos enojam.
Assim, não lembraremos
Do Reino de Sião.
Oh, nobre Rei!
Quão nobre é teu regalo
Um elefante branco.
Sagrado!
Mas de que nos serve, afinal?
Belo!
Mas que suga nosso suado soldo.
E assim, povo meu,
Revivemos a história.


Quem sou eu

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Funcionário público, historiador, chargista, pintor e poeta. Na verdade, aprendiz de um mundo absolutamente versátil.